Rogo-Te que me deixes passar, para que eu veja esta boa terra que está dalém do Jordão […]. Porém o Senhor se indignou muito contra mim, por vossa causa, e não me ouviu; antes, me disse: Basta! Não me fales mais nisto. (Dt 3:25,26)
O homem, normalmente, tem em si a capacidade de argumentação, a fim de tentar demover outros de seus pensamentos. Isto é natural e funciona bem, principalmente, para aqueles que têm uma habilidade maior neste quesito. Entretanto, conforme podemos comprovar pela passagem bíblica acima, não funciona com Deus.
Os cristãos maduros têm um relacionamento estreito com o Pai, de intimidade, em que podem e devem expor tudo que pensam, até porque com Deus não há como esconder nada, Ele é onisciente. E nesse relacionamento, é fundamental entender que não há como convencê-Lo de nada, Ele é um Deus de palavra, que não volta atrás. É claro que Deus é amoroso e misericordioso, mas Ele também é a própria sabedoria e é justo. Quando Ele estabelece algo, assim será.
Nosso problema, muitas vezes, é começar a tratá-Lo como um homem, por causa da intimidade. Quando isso acontece, é porque o temor do Senhor se foi e isso é muito ruim para nós. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9:10a). Deus não é nosso coleguinha, Ele é o Criador, o Dono de tudo.
Um termômetro para o nível de maturidade espiritual de uma pessoa é ver sua reação diante de um não de Deus ou de uma ordem que ela não gostou. Os imaturos, nesse momento, começam a discutir com o Senhor, a questionar, fazem beicinho, dizem que vão abandonar tudo, tentam fugir de Deus, negam-se a obedecê-Lo etc. Os maduros, ao contrário, veem na direção de Deus sempre o melhor para as suas vidas, porque entendem que Sua sabedoria é infinita, que o Reino está se movendo de acordo com o Senhor desse Reino e que somos apenas uma parte dele. Tudo que vem de Deus está na eternidade, no infinito, coisas que não conseguimos entender bem com nossas mentes terrenas.
Não há qualquer problema em expor para Deus nossa vontade, como Moisés fez. O problema pode estar na forma como reagimos ao não de Deus. Os nãos de nosso Pai são uma realidade em nossas vidas e são sempre o melhor para nós e para outros, precisamos confiar. Saibamos, portanto, reagir com maturidade.